segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Desapego por Monja Sensei Coen


Certa ocasião, um monge entrou na sala do mestre, ofereceu incenso, fez as devidas reverências e disse: “Mestre, abandonei todas as coisas, estou livre de quaisquer apegos, o que faço agora?”. O mestre respondeu: “Desapegue-se, livre-se disso.”
Confuso, o monge perguntou novamente: “O senhor não compreende, mestre. Eu disse que estou completamente desapegado de tudo. O que faço?” E o mestre respondeu: “Então, carregue isso com você”.
Há uma expressão antiga que diz o seguinte: “No começo a montanha era apenas uma montanha. Depois, a montanha não era mais montanha. No final, a montanha é só uma montanha”.
Apegado ao desapego, o monge não entendeu o Mestre que o ajudava a enxergar a saída da armadilha em que entrara.
Solte tudo, livre-se do próprio desapego, das idéias, dos conceitos, da vontade de ser bonzinho.  Se encontrar Buda, mate Buda, é outra frase famosa. Pois Buda, para ser encontrado tem de estar do lado de fora, e não há lado de fora. Entre apegos e desapegos trilhemos o caminho da verdade com as bênçãos de Budas e Bodhisatvas, seres iluminados de todos os tempos e raças, construiremos juntos com Zumbi dos Palmares os quilombos da liberdade. “O galo cantou é para amanhecer”.

Monja Coen

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